LUANA (QUINZE ANOS)

LUANA

Criança não és mais,

já não deixa a cama desfeita,

e há muito deixastes a trança,

tampouco és mulher feita,

no sentido pleno de ser,

o que és então?

queres saber?

neste lance primaveril,

és a flor botão,

desabrochando suave e sutil,

és a jóia rara em lapidação,

que envolta em difusas energias,

tráz a volúpia dos desejos,

do natural tempo das magias;

És a sensibilidade,

que aflora entre risos e gracejos,

tens o brilho fulgurante

de um corpo em ebulição;

És menina mulher,

um poema de emoção,

és a mocidade inquieta,

o sol de verão, o perfume da primavera,

que o mundo enigmático espera,

tens a sedução

de uma adolescência irriquieta,

querendo voar além do horizonte,

explorar o desconhecido,

atravessar montanhas e matas,

cruzar mares e rios,

banhar-se em fontes e cascatas,

tens a pureza da virtude,

porém, acautele-se com prudência,

dos desatinos da juventude,

evitando o choro da inconsequência;

És o frescor da vida, viço e alento

do morno sopro do vento,

és a nossa parte,

resumo final de amor,

és nossa divina arte,

chuva de pétalas,

Luana, és nossa flor de liz,

vá... cresça e seja feliz!

Luana Martins Andrade Jorge

é minha amada filha

maio/96