Poema limpo

Diáfano e transparente,

a cristalina

mama do peito

a favor da vida,

Gema mais, mais.

Mais que clara,

mais que vida

e menos preconceito

pela cor que fosse parecida

pálida;

Não jogues fora

o colostro, mães de Moçambique!

A falta de informação

é um muro escuro:

mais que escuro, claro.

Claro como leite?

Como a mãe,?

Mais que claro, claro?

Alimento algum é tudo,

só o colostro!

Não jogues fora

o colostro, mães de Moçambique!

Ele, mesmo amarelado,

é o sol amarelado, garimpo, garimo.

Esse leite de baixo volume,

secretado nos primeiros dias de amamentação pós-parto,

não é leite sujo;

é poema limpo.