"O AMOR MADURO"
Valdemiro Mendonça
Quanta diferença hoje nossa maneira de fazer sexo,
Antes era tenso, selvagem, arrebatador e impetuoso.
O vigor físico da nossa juventude e o desejo ardente,
Fazia do sexo uma batalha cheia de embate ardoroso.
Era realizar o sonho, buscar o prazer e criar fantasias,
Subir montanhas, descer correnteza e achar gostoso.
O tempo voou, foram-se as forças só ficou desânimo,
Veio esta calma e trouxe “junto” todo o conformismo.
Ainda bem permaneceu o amor ou, “quiçá” sobreviveu,
Este carinho, os cuidados, sim, sempre foi um realismo!
Mas os beijos na boca... Os banhos juntos, as caricias,
Nem é mais sonho e não é por causa deste empirismo.
Talvez ou certamente! Cada um tenha sonhos de amor,
Ou mesmo um desejo onírico de regressar ao passado,
Até sonhar em fazer amor com um parceiro mais jovem
E crer ser de verdade a princesa ou príncipe encantado,
Acordar muito excitados e com toda a libido aflorando,
E aí descobrir que somos nós, dormindo do mesmo lado.
Como salvação, sem nenhuma palavra, até com medo,
Vamos tentar pelo menos cumprir com nossa obrigação,
E foi de repente, explodiu toda verdade que ocultamos...
Que esta calma, o carinho, o cuidado e o nosso devagar.
É bom! Então porque perdemos tempo e não tentamos,
Porque deixamos de acreditar sempre sermos capazes,
Já que temos toda certeza de que ainda nos amamos?
Voltamos a rir Juntos, trocando ideia e fazendo planos.
Que tal ir a outro país, ou morar alguns dias num hotel?
É isto,... Ou ainda, um cruzeiro naquele transatlântico?
Então vamos acabar de uma vez com a torre de babel,
Agora somos livres para viver todos os nossos sonhos,
E até vivermos com carinho e amor... Outra lua de mel.
Trovador