FILHOS INGRATOS

Filhos ingratos

São aqueles que crescem mimados

Com tudo na mão

Choram, berram e quebram cadeados

E na confusão, na contramão

Os pais ainda se sentem culpados

Na adolescência

Se portam como condenados

Filhos de pais irados

E por vizinhos consolados ou condenados

São os reis da simulação

Donos da situação

E dos pais ganham a complacência

Ambos reis da indolência

Dos amigos indevidos ganham clemencia

Não percebem que a vida passa

Que o dinheiro escassa

Não aprendem a sobreviver

Sequer percebem que os pais podem morrer

E a taxa de manutenção

Vai desaparecer

Chegam fácil aos trinta

São otários, mimados

Desajeitados, acomodados

Apesar de estudados, formados

Em faculdades, de grandes cidades

Filhos ingratos

Sabem tudo, sabem nada

Fazem apenas os pais sofrer

Querem ensiná-los a viver

Aquilo que estão cansados de saber

Quando com eles, deveriam aprender

Não procuram emprego

Pois dos pais têm o xamego

Não procuram a própria segurança

Pois dos pais têm a herança ou a fiança

Não procuram trabalho,

Pois é chato pra caralho

Querem festas, querem baladas

Querem aventuras sem frescuras

Querem toadas, querem cantadas

Não querem pegar no batente

Mesmos sabendo do pai descontente

Querem apenas viver o presente

Gastando o que podem covardemente

Pais que sabem criar seus rebentos

Devem ensinar-lhes desde cedo

Que tudo na vida se conquista na base da troca

Esse é o fundamento

Para a responsabilidade

Chegar junto com a meia idade

Do contrário chega-se ao fim

E o patrimônio do amor se desfaz

Com o complexo da inferioridade

Que o desespero trás

E de preocupação

Por terem errado com o coração

Dando tudo na mão,

Caem na depressão

Por saberem de antemão

A qualidade da terceira geração

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 01/04/2012
Reeditado em 02/04/2012
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