FILHOS INGRATOS
Filhos ingratos
São aqueles que crescem mimados
Com tudo na mão
Choram, berram e quebram cadeados
E na confusão, na contramão
Os pais ainda se sentem culpados
Na adolescência
Se portam como condenados
Filhos de pais irados
E por vizinhos consolados ou condenados
São os reis da simulação
Donos da situação
E dos pais ganham a complacência
Ambos reis da indolência
Dos amigos indevidos ganham clemencia
Não percebem que a vida passa
Que o dinheiro escassa
Não aprendem a sobreviver
Sequer percebem que os pais podem morrer
E a taxa de manutenção
Vai desaparecer
Chegam fácil aos trinta
São otários, mimados
Desajeitados, acomodados
Apesar de estudados, formados
Em faculdades, de grandes cidades
Filhos ingratos
Sabem tudo, sabem nada
Fazem apenas os pais sofrer
Querem ensiná-los a viver
Aquilo que estão cansados de saber
Quando com eles, deveriam aprender
Não procuram emprego
Pois dos pais têm o xamego
Não procuram a própria segurança
Pois dos pais têm a herança ou a fiança
Não procuram trabalho,
Pois é chato pra caralho
Querem festas, querem baladas
Querem aventuras sem frescuras
Querem toadas, querem cantadas
Não querem pegar no batente
Mesmos sabendo do pai descontente
Querem apenas viver o presente
Gastando o que podem covardemente
Pais que sabem criar seus rebentos
Devem ensinar-lhes desde cedo
Que tudo na vida se conquista na base da troca
Esse é o fundamento
Para a responsabilidade
Chegar junto com a meia idade
Do contrário chega-se ao fim
E o patrimônio do amor se desfaz
Com o complexo da inferioridade
Que o desespero trás
E de preocupação
Por terem errado com o coração
Dando tudo na mão,
Caem na depressão
Por saberem de antemão
A qualidade da terceira geração