FALANDO DE FILHOS.

Filhos são criaturas curiosas,

de que a gente pensa que tudo sabemos,

mas que no fundo nada entendemos.

Seu andar segue os nossos rios,

seu olhar está na linha de frente da nossa mira,

seu respirar vive atracado nas amarras do nosso coração.

As nossas peles estão cravadas na mesma alma,

cada parte do seu corpo se arremata a um pedaço do nosso,

cada quinhão dos seus sonhos diz tudo que os nossos teimam em dizer,

e nunca dirão.

Temos por eles um amor sem rebarbas, sem frestas, sem becos escuros,

fazemos por eles o que couber no nosso fôlego, o que se puder ser aquecido pelo nosso sangue,

a sua dor faz da nossa dor uma coisa de nada.

Um dia eles vão voar, se vão,

terão que ir atrás das suas próprias penas, do seu próprio sentir,

então, por certo, os veremos sumir nas ancas no horizonte cada vez mais,

nessa hora poderíamos chorar, lamentando a cria que está se dissipando diante dos nossos olhos, mas não.

Nessa hora entenderemos não porque os pusemos neste mundo.

Entenderemos, por certo, porque nos puseram neste mundo.

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Dedicada aos meus filhos queridos, Júlia e David.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 17/03/2012
Reeditado em 17/03/2012
Código do texto: T3559216
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