Relicário

Abro o relicário

Sinto nitidamente sua pulsação

Tão escondido, seu interior solitário.

Indago-me: - Será alucinação?

Quieto, o vil segredo;

De gerações esquecidas, clama por piedade;

Sempre que o toco, sinto medo.

O último resquício de humanidade

Então, o sagrado confunde-se com o pecado;

E o quase extinto, o inocente,

A questionar é estimulado

E tem seus sonhos despedaçados, cruelmente.

Fecho o relicário

E assim, julgo e condeno;

Para os sobreviventes, maldição.

O passado que não dorme, em suas veias... veneno

Quer queiramos ou não.

Daiana Michaelsen Mergener
Enviado por Daiana Michaelsen Mergener em 05/03/2012
Código do texto: T3537298
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