Relicário
Abro o relicário
Sinto nitidamente sua pulsação
Tão escondido, seu interior solitário.
Indago-me: - Será alucinação?
Quieto, o vil segredo;
De gerações esquecidas, clama por piedade;
Sempre que o toco, sinto medo.
O último resquício de humanidade
Então, o sagrado confunde-se com o pecado;
E o quase extinto, o inocente,
A questionar é estimulado
E tem seus sonhos despedaçados, cruelmente.
Fecho o relicário
E assim, julgo e condeno;
Para os sobreviventes, maldição.
O passado que não dorme, em suas veias... veneno
Quer queiramos ou não.