CASA ROSA
CASA ROSA
Ainda existe em outra cor pintada,
Beirando a estrada em frente à capelinha
A casa rosa que me viu menino
Bem pequenino ainda de gatinhas.
Viu-me ensaiando os meus primeiros passos
De pés descalços, me agarrar a tudo,
Ou corajoso equilibrar-me ereto
Sem ter por perto quem me desse ajuda.
Viu-me depois nas muitas brincadeiras
Por ela inteira com os meus carrinhos,
Pelo terreiro correr sem descanso
Atrás dos gansos, patos e galinhas.
Já maiorzinho, viu-me ir para a escola,
Tendo a sacola ao ombro pendurada,
Com meu irmão e muitos coleguinhas
Que alegres vinham pela mesma estrada
Viu-me partir depois, já adolescente,
E tristemente dar adeus ao lar,
Deixar os pais e irmãos que amava tanto
Desfeito em pranto para ir estudar.
Vim para o mundo cumprir meu destino
Que de menino já tinha traçado,
Mas nunca esqueço a imagem tão saudosa
Da Casa Rosa, do meu lar sagrado.
Sempre que a vejo me bate a saudade,
Uma vontade qual eu sinto agora
De reviver aquele gozo infindo,
Da infância linda como o tive outrora.