Reflexões avoengas

REFLEXÕES AVOENGAS

Vaticina Gibran em lirismo profético

Que “outorgamos amor, e jamais pensamentos”,

Pois não podemos mudar o rumo do vento,

Quando muito alertar a prováveis procelas.

Morem filhos conosco, sob nossa tutela,

Mas não nos pertencem, e sim, à ânsia da vida,

Mesmo assim, vivenciamos a trilha escolhida:

Vibramos co’os louros, nos ferem as mazelas.

Um adágio apregoa no livro da vida:

Permanecem crianças os filhos crescidos,

E prudentes conselhos, jamais preteridos,

São liames que tecem o cendal do afeto;

O que aos filhos se nega, consente-se aos netos,

E o orgulho que aflora, despertando acalantos,

No sorriso avoengo, faz brotar o encanto

Ao ouvir balbuceios num jocoso dialeto.

O ventre fecundo gera o fruto sagrado;

A inocente nudez desconhece o pudor;

E o choro ressoa, demonstrando vigor.

O sangue virente à estirpe enaltece,

E nos tépidos braços, silente adormece

Um anjo terreno que no peito aleitou-se,

E a face vivida, ternamente, deixou-se

Molhar pelo pranto que à existência enobrece.

Jorge Moraes – jorgemoraes_pel@hotmail.com

Jorge Moraes
Enviado por Jorge Moraes em 12/02/2012
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