RETRATO

RETRATO

Raios de sol

entram pelas frestas

na casa do Outeiro.

No regaço dos tempos,

Fortes ventos!

Guardados os remos...

Te encontro!

O balançar da cadeira,

mostra teus cabelos ondulados,

longos e grisalhos..

Tuas mechas,

ora claras, ora douradas,

a tarde suaviza.

São anos guardados no tempo,

que o trabalho, experiente.

te acrescenta.

O rio desce,

agora suave, sem vento...

Em suas margens,

ingazeiros, e figueiras.

Com suas longas raízes

seguravam a correnteza,

quase que a pedir

- não vá embora!

Fica para uma prosa!

A correnteza suspira,

tão grande é o bem querer.

E nesse momento de despedida,

murmura o que só tu entendes!

A tua saudade, ela sente,

com medo de não mais te ver.

Eis que amanhece!

A correnteza balança a canoa,

como quem procura uma pessoa.

O remo aparece

beliscando a água.

O rio se apazigua,

e deságua em sorrisos,

formando pequenas ondas.

E quando chegas ...

A correnteza agradece,

Vó Bené!

Aprendiz das Letras – 26/09/2011