"DA CRIANÇA, ESPERA-SE TUDO..."
-“O que é saudade?... – Pergunta o pai, sem estar convicto.
E como se fosse uma máquina, sem esforço mental,
O pequenino de poucos anos, num tom filosofal:
-“A saudade é amor!...” – sem tirar os olhos do infinito.
Uma resposta normal de um universo sem medo,
Aberto a qualquer ensinamento que se queira lhe dar.
Uma resposta, ou emoção, sem ter de justificar,
Saída de um silêncio como quem guarda segredo.
Os adultos à volta se entreolharam pasmados.
Talvez que esperassem outra informação à proposta
E jamais imaginassem terem de engolir aquela resposta.
De uma criança não se duvida: a força está ao seu lado.
E que nem se tente entender o mistério que a rodeia,
Mesmo porque Ela acaba de vir de um mundo onde só o amor floreia...
(ARO. 1993)