Esse é meu irmão Juninho, eu brigo com ele mais ele me trata com imenso carinho. O que retrato na minha poesia é o despreparo e o destempero provocado pelo ciúmes exagerado e pela falta de capacidade de entender que conhecer uma mulher é muito mais do que ficar frente a frente com ela...





Irmão de Cinderela



Você encheu a boca para dizer que me amava loucamente
Se preocupou tanto com a minha estampa
Que se esqueçeu que tenho raízes
E que do amor de meus pais sou a semente
Me esperando na entrada daquela festa
Ele me viu chegando devidamente acompanhada e sem pressa
E nessa hora desconheceu meu caráter e minha essência de moça da roça
Se aproximou de mim e furioso me chamou de mentirosa
Meu acompanhante percebendo o engano tocou de leve meu braço me apoiando com carinho
Deixa que eu resolvo
Por favor me espere lá dentro da festa Juninho
E eu fiquei vendo ruir na minha frente mais um principe encantado
Enquanto ele blasfemava e gesticulava ao meu lado
Mal sabia ele que acabava de perder a vaga de pré candidato a namorado
Me mantive calma e serena
Entendi que não o amava quando ao invés de amor por ele senti pena
Não dei um passo sequer
Faltou aquele arrepio percorrer minha pele morena de mulher
Diga alguma coisa em sua defesa Raquel
Ergui as mãos num gesto de paz
Como abelha voaria para longe e ele jamais provaria do meu mel
Com licença agora vai adentrar a festa a moça de Batatais
Mas ele insistente segura meu braço em frente ao portão
Atiço mais seu libido quando manhosa pronuncio um sonoro não
Raquel aquele rapaz que veio te acompanhando esta no seu coração?
O olho com desprezo que beira ao abismo da sedução
Minha resposta o deixa mudo e completamente sem ação
Sim aquele rapaz esta na minha alma e no meu coração
Porque ele é meu irmão...









                  




O ciúmes exagerado é a maçã envenenada que eu me recuso a comer...