Memória

Um poeta que se preza

tem que saber um poema de cor.

Um dos bons.

Preciso decorar "unzinho" sequer,

como um monge no claustro decora o silêncio.

Um poema de cabeça, de repente.

Eureca!

descobri a luz.

Nos crediários me perguntam meu CPF e RG,

comprovante de residência e de renda.

Mas alguma pérola da letra, ninguém me indaga.

Uma linha que fosse, salvaria o mundo.

Minha mãe ensinou-me a Ave - Maria,

o Pai Nosso, o Glória ao Pai.

Meu Deus...

O poder das rezas e das procissões.

Minha mãe com a santinha na mão,

que passava de casa em casa...

A esperança cobria toda a minha rua.

"nessa rua, nessa rua mora um anjo".

Lúcia!

Teu nome redime o poema esquecido.

Perdão Senhor!

Eu sempre soube um poema "de cabeça"

e de coração.

Alexandre Lettner
Enviado por Alexandre Lettner em 10/08/2011
Código do texto: T3152419
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.