O Velho
Afortunados os que me apreciam com encanto,
Que se envolvem com minha vida no passado
E copiam com alegria o meu passo cansado...
Felizes os que abarcam a minha necessidade de carinho,
Incluem-me socialmente e não me oferecem desilusão
Felizes os que não se olvidam da minha solidão
e me mimoseiam com momentos do seu tempo
e fragmentos de uma linda ilusão...
Afortunados os que cantam e falam com clamor altivo e intenso
para minimizar a minha insurdescência.
Felizes os que abraçam com calor as minhas atitudes trêmulas,
E minhas mãos frêmulas, ao léu, distorcidas e cansadas,
Para me dar o apoio para caminhar e me dizer coisas novas
Afortunados os que se interessam pela minha longínqua juventude
e não se cansam de ouvir as minhas histórias,
já tantas vezes estresidas e ecoadas
no meu pequeno quarto de dormir...