TESTAMENTO
Nesta meia idade,
Agora nos umbrais
Da terceira vez
Queria um netinho.
Um netinho eu queria
Para lhe dar meu
Sonho de criança,
Minha fantasia de moço,
Minha esperança.
Eu o deserdaria
De minha loucura,
De meu fanatismo,
De meu desequilíbrio.
Presentar-lhe-ia
Com a Poesia
Como se fosse sesmaria.
Eu queria um netinho
Para lhe contar toda história,
Poeticamente e em prosa.
Dar-lhe-ia minhas asas
Da imaginação.
E se fosse uma netinha
Eu lhe deixaria minha pena
E meu quinhão.
Sendo ele ou ela,
Meu ósculo
E meu amplexo.
De tudo mais
A vida lhe providenciaria.
L.L. Bcena, 25/08/2010
POEMA 232 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.