INFÂNCIA PERDIDA
Entre o sonho e a realidade um vasto vazio
embalado na translúcida manhã pueril
momentos fugazes, com cheiro de terra
de mato, de gato manhoso no canto da cozinha.
Pipas, papagaios, bonecos de pano com cabelos de capim
aromas, sabores
retratos na memória de quem vive na lembrança
e já não sabe mais se sonha ou se sorri.
Menino na chuva
pés descalços no barro
faz festa entre raios, trovões, relampejos
gotas minúsculas a banhar-lhe a felicidade
o encantamento da vida retratado na tela
da infância perdida que já não volta mais.