INFÂNCIA PERDIDA

Entre o sonho e a realidade um vasto vazio

embalado na translúcida manhã pueril

momentos fugazes, com cheiro de terra

de mato, de gato manhoso no canto da cozinha.

Pipas, papagaios, bonecos de pano com cabelos de capim

aromas, sabores

retratos na memória de quem vive na lembrança

e já não sabe mais se sonha ou se sorri.

Menino na chuva

pés descalços no barro

faz festa entre raios, trovões, relampejos

gotas minúsculas a banhar-lhe a felicidade

o encantamento da vida retratado na tela

da infância perdida que já não volta mais.

Oséias Santos de Oliveira
Enviado por Oséias Santos de Oliveira em 27/11/2006
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