MÃEZINHA

Você abriu mão de toda sua vida por seus filhos

Suportou e abafou todos os questionamentos...

Que por ventura se fez

Escolheu como amigos, apenas seus filhos.

E talvez tenhamos falhado com você!

No arroubo da mocidade não te vimos amiga

Te vimos puramente mãe.

Arriscamo-nos na vida

Muitas vezes escondendo de ti nossos caminhos

Não por falta de confiança, mas, por temer as broncas

Os castigos que por nossa desobediência você nos daria.

Como mãe, você sempre esteve por perto...

Cuidando das nossas dores, das nossas direções.

Como amiga, foi aquela que na inocência da juventude

Achávamos que não poderia ser...

Acolhia-nos quando a vida nos batia a porta na cara,

Quando o chão parecia se abrir e nos tragar,

Quando os amigos inseparáveis nos faltavam, nos traiam.

Quando os amores nos decepcionavam.

Quando nós não nos encontrávamos.

É mãezinha, nunca entendi teus intermináveis “não”.

Eu não conseguia ver que tudo era amor e proteção.

Mas, na arrogância da idade

Queria saber mais do que você.

E na tua singela sensibilidade, no teu simples olhar

Você já sabia o que nos acontecia.

Hoje mãezinha, agradeço cada “NÃO” recebido.

E sei que se eu não tivesse te pressionado tanto

A trocar o não pelo silêncio...

Eu teria sofrido muito menos e aprendido muito mais.

Saberia ter dito todos os ‘nãos’ que não consegui falar.

A vida correu tão velozmente que nem me dei conta.

Envelheci (graças a você) cometendo poucos erros...

Queria estar neste momento deitada em teu colo

Chorando em silêncio as dores da minha alma

Que neste momento nem saberia te explicar.

Acho que nem falaria, transformaria as palavras em chôro.

Muito obrigada por ser sempre essa mãe amiga...Esse porto e cais.

*Kika Brandão

Kika Brandão
Enviado por Kika Brandão em 25/03/2011
Reeditado em 08/05/2016
Código do texto: T2869453
Classificação de conteúdo: seguro