A VOZ DA MAMÃE
Quando a noite derrama sobre a terra
O véu noturno da escuridão
E o mundo vai aos poucos
Turvando sua imagem,
Liberto minha alma
Que apressada voa,
Atraída pela voz
De um distante passado,
Nas asas da saudade.
De onde vem esta voz?!
Talvez de um anjo
A voar por entre as nuvens,
De onde vem esta voz?
De onde?!!!
Não é a voz da paixão
Que aos homens acorrenta
Nos desejos da carne,
Essa voz é ainda mais forte!
Mais forte que a dor,
Mais forte que a própria morte,
Tão forte como o amor!
Perdoa-me meu Deus!
Por nunca antes ter dado valor
A aquela voz que tantas vezes
Falou o meu nome nas madrugadas
Quando ajoelhada rezava
Por este ingrato filho seu.
Sim, eu sei de quem é esta voz!
E o seu nome já denunciam
Os soluços meus,
Esta é a voz que sempre me guiou
Nos caminhos desta ingrata vida,
É a voz de quem eu tanto amo
A voz da minha mãe tão querida.
Perante Deus que me vê
Das alturas do infinito,
Faço agora um juramento,
Oh! Minha mãe!
Enquanto eu for vivo
Seguir-te-ei os conselhos
Nos caminhos desta vida.