Luz

Apalpei a luz,

O brilho não escorreu por entre meus dedos,

Mas respingos de feixes e clarões saltaram de encontro ao breu

Alojado em diferentes crostas de meu coração...

E lá...

Cauterizaram as feridas feitas de sombra, escuridão e silêncio.

A luz cujas bordas seguro

Servem de esteio aos diafragmas dos meus sonhos,

Suspensos no cemitério de estilhaços e de sons ensandecidos

Entoados pelo vento eremita que erra no vale de meus desencontros.

A luz cujas formas distingo

Sussurra um matiz de esboços,

Ora reescrevendo o formato do traço acolhido na extensão do sorriso que ama;

Ora incrustando um contorno de paz à alma que aprendera a orar por meio do toque.

A luz que apalpa minhas mãos

Leva calor à derme, outrora cristalizada, de minhas emoções,

Brisa nos instantes de trégua,

Reflexo à essência que às vezes se esquece.

Denilson Rocha
Enviado por Denilson Rocha em 23/02/2011
Reeditado em 23/02/2011
Código do texto: T2810077
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