SAPATINHOS VAZIOS
O céu fazendo-se estrada aberta
Vejo papai Noel e suas renas espertas
O endereço é o meu, eu posso crer.
Vem depressa parecendo atrasado
Talvez por não trazer ano passado
O brinquedo que eu tanto queria ter.
Acenou-me com a mão... vai aportar aqui
Você vê o que eu vi?!?
É o meu presente com certeza!
Ah! Ele se foi... Que pena!
Seu silêncio continua... me condena!
O seu rastro no céu é só tristeza!
As estrelas despejam-se sobre minha janela
Lua mansa feito luz de vela
Crepitando num silêncio vadio.
Quase atrevo a levantar-me de repente
Comemorando “é natal” muito contente,
Mas encontro meus sapatinhos vazios.
Clodoaldo Dias dos Reis