MINHA SOBRINHA-NETA
MINHA SOBRINHA-NETA
(Lalá)
Sete horas da manhã
A mesa posta para o desjejum
Conto os minutos um a um
Até o soar da campainha
A tia Alice dando voltas sem parar
Faz quase o trajeto terra/lua
Nas idas até a sacada vigiar a rua
Esperando a chegada da menina
Enfim termina a agonia
A porta vai se abrindo lentamente
Dois olhinhos matreiros
Espreitam o ambiente
Num misto de espanto e alegria
Chega a nossa ilustre convidada
Nossa hóspede feliz de cada dia
Sua presença alegre nos renova
E Ignoramos as dores do corpo e da alma
Por que uma vida nova em casa velha
Faz nos esquecer que o mal existe
Trás nos a ilusão que nada é triste
E que vamos viver eternamente
A fada que encanta nossos dias
Com a irreverência dos seus quatro anos
Com a seriedade de suas travessuras
Com a malícia de sua “prosa adulta”
Nos faz sentir crianças novamente
E, assim, nossa casa antes tão grave
Vai se mudando como fosse por milagre
Num palco festivo e inocente
Quem é essa menina que transforma
Um pântano em jardim de primavera?
Um corpo alquebrado em alma inquieta?
É um anjo de pureza e de ternura
É a mais bela de toda criatura
Maria Laura minha sobrinha-neta
De todas as saudades que eu guardo
Da infância, da juventude, e maioridade
Não haverá uma tão grande, assim eu penso
Do que as saudades que terei destes momentos
Que um dia levarei pra eternidade