PAI
MEU PAI
Você que um dia me abandonou,
amaldiçoando-me,
culpando-me por um erro seu...
Eu te perdôo.
Perdôo por cada momento que me fez sofrer...
Por cada pensamento,
por cada comentário seu com amargura.
Pelo carinho,
pelo afeto:
por tudo que o senhor não me deu.
Meu pai...
É como te chamo e não me canso de esperar...
É imensa a certeza de que vai voltar
para que eu possa te chamar assim...
Sei que, às vezes, angustiado, te desejei a morte.
Mas eu me arrependo de cada vez que tive ódio em meu olhar.
Como prova de meu arrependimento,
quando a morte que te desejei chegar,
eu quero estar a seu lado
e morrer em seu lugar...
Meu pai...
Não é porque me odiou um dia
que vou deixar de te amar...
Como seu filho que sou...
Que você não quis...
Clodoaldo Dias dos Reis