Mãe e filho
Chega e passa elegante, enche o recipiente.
E mesmo contente, deixa triste sua corôa.
Que assiste e logo pensa:-Como ousa?
E não repousa ao lembrar da cena
Produzida a partir da produção
De algum produto feito da cana-de-açucar.
Os dois discutem os problemas
E nenhum quer assumir os seus defeitos
Ou abrir mão de algum direito,
Despejando sentimentos, atropelam a razão,
Atrapalhando a relação entre mãe e filho.
Até que ela cede um pouco, mas pergunta:
-Ficou louco?
-Já é tarde e faz frio, leve a blusa meu amor.
E ele cheio de rancor, fala como um senhor
tão ditador quanto o mesmo condena:
-Nenhum charme você usa, mas abusa do poder
que conquistou...ao dar à luz.
-Quer ser Cristo por se pendurar na cruz,
Ao invés de carregá-la?
-Ninguém pode me impedir, mas eu também
não vou poder culpá-la...apenas posso fugir.
E enquanto ela se deita, ele sai...
Pra tentar se distrair e eles ficarem na boa.
Outra tentativa, novamente à toa.
Quando ele retorna, os dois voltam a discutir.