FILHOS
Gosto de acordar mais cedo às vezes
Só para olhar meus filhos dormindo
Ali esparramados sobre as camas
Descobertos ou encolhidos
Eles são apenas meus filhos.
Gosto de admirá-los
Sinto-os protegidos
Grudadinhos a mim, aquecidos
Mesmo à distância
Mesmo não sendo mais tão crianças
Eles ainda são meus meninos.
Queria que o tempo parasse agora
Queria que o mundo lá fora esquecesse de mim.
Me deixa ficar só mais um pouco!
Esse aqui, meu Deus, ainda é tão moço
Deixa-o dormir e sonhar.
Quando os nossos filhos são pequenos
É mais fácil mentir para eles
Mentir que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes
Que não existe fome, miséria, nem crise
Preconceito, concorrência, Incompreensão
Que a vida é um eterno brincar.
Mentir que não existem pedófilos
Psicopatas, policiais corruptos
Religiosos depravados
Professores, pais e mães tarados
Que é possível acreditar.
Bolinhas de gude, bolhas de sabão
Jogar bola, peteca, pular amarelinha
Soltar pipa, fazer girar o peão.
Mas aí eles crescem e passam a nos odiar
Todo adolescente odeia seus pais!
Se sentem traídos, acham que nós os enganamos
Que nós os tratamos feito crianças
Que nós os fizemos de tolos
Descobrem que o mundo é mal
Que tem muita gente ruim
Passam a se rebelar.
Mas aí eles crescem mais um pouco e amadurecem
Descobrem que não mentimos de todo e se o fizemos
Foi para protegê-los das quimeras
Foi para livrá-los das feras
Preservar-lhes um pouco mais a infância
E deixá-los se encantar.
Aí basta um olhar no olhar e eles entendem
Farão o mesmo pelos seus filhos
E o ciclo da vida, mesmo um eterno mistério
Irá continuar.
Sei que daqui a pouco o relógio toca.
E aí será aquela algazarra, empurra, empurra
A implicância (coisa mesmo de criança), como eles brigam!
Aporriação.
Acho graça escondido e dou a maior bronca
Só para manter a moral.
A vida lá fora desperta
A cidade fervilha
São horas de enfrentar o caos
Esse vai pra a escola
Aquela pra faculdade
O outro já vai pro trabalho
Meu Deus que maldade! É só o meu menino!
Sendo crescidos ou não
Grandes ou pequenos
Dormindo assim tão serenos, tranquilos
Eles serão sempre meus garotos
Ela será sempre minha menina
Eternamente meus filhos.
E o dia começa.
Gosto de acordar mais cedo às vezes
Só para olhar meus filhos dormindo
Ali esparramados sobre as camas
Descobertos ou encolhidos
Eles são apenas meus filhos.
Gosto de admirá-los
Sinto-os protegidos
Grudadinhos a mim, aquecidos
Mesmo à distância
Mesmo não sendo mais tão crianças
Eles ainda são meus meninos.
Queria que o tempo parasse agora
Queria que o mundo lá fora esquecesse de mim.
Me deixa ficar só mais um pouco!
Esse aqui, meu Deus, ainda é tão moço
Deixa-o dormir e sonhar.
Quando os nossos filhos são pequenos
É mais fácil mentir para eles
Mentir que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes
Que não existe fome, miséria, nem crise
Preconceito, concorrência, Incompreensão
Que a vida é um eterno brincar.
Mentir que não existem pedófilos
Psicopatas, policiais corruptos
Religiosos depravados
Professores, pais e mães tarados
Que é possível acreditar.
Bolinhas de gude, bolhas de sabão
Jogar bola, peteca, pular amarelinha
Soltar pipa, fazer girar o peão.
Mas aí eles crescem e passam a nos odiar
Todo adolescente odeia seus pais!
Se sentem traídos, acham que nós os enganamos
Que nós os tratamos feito crianças
Que nós os fizemos de tolos
Descobrem que o mundo é mal
Que tem muita gente ruim
Passam a se rebelar.
Mas aí eles crescem mais um pouco e amadurecem
Descobrem que não mentimos de todo e se o fizemos
Foi para protegê-los das quimeras
Foi para livrá-los das feras
Preservar-lhes um pouco mais a infância
E deixá-los se encantar.
Aí basta um olhar no olhar e eles entendem
Farão o mesmo pelos seus filhos
E o ciclo da vida, mesmo um eterno mistério
Irá continuar.
Sei que daqui a pouco o relógio toca.
E aí será aquela algazarra, empurra, empurra
A implicância (coisa mesmo de criança), como eles brigam!
Aporriação.
Acho graça escondido e dou a maior bronca
Só para manter a moral.
A vida lá fora desperta
A cidade fervilha
São horas de enfrentar o caos
Esse vai pra a escola
Aquela pra faculdade
O outro já vai pro trabalho
Meu Deus que maldade! É só o meu menino!
Sendo crescidos ou não
Grandes ou pequenos
Dormindo assim tão serenos, tranquilos
Eles serão sempre meus garotos
Ela será sempre minha menina
Eternamente meus filhos.
E o dia começa.