Pretéritos [Parte XIV]: Fraternal (às sete)

Fraternal

[às sete

Veio a escuridão das sete horas

Com aquele silêncio bagunçado;

Música baixinha vem surgindo ao fundo,

Os cobertores desarrumaram nosso leito

É a calmaria confusa das sete horas!...

A televisão ameaça piscar programas

Mas nada com efeito

Estamos à deriva dessa hora.

Deitados na cama, donde se pode ver,

Sem nenhum esforço,

A noite metade estrelada

Obturada por telhados

E antenas aparelhadas.

Um pouco abraçados,

Sorrimos em minutos.

Lá fora, gargalhadas de estudantes

Quebram algum medo.

Postes se acendem,

Sentimos o vento,

Estipulam-se os planos para mais tarde

Quem sabe um telefonema às oito.

Junto à janta, tem seriado antigo

No canal de dez anos nossos.

O prato pode ser macarrão

Só não se esqueça de ligar a tevê

Que ficava em cima da geladeira

Embaixo da campainha da cozinha!

Antes, vamos pra varanda,

Ver as meninas do colégio passarem.

(Poema provavelmente escrito entre 2002 e 2004)

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 26/10/2010
Reeditado em 26/10/2010
Código do texto: T2578911
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