ANA CAROLINA

Uma lágrima seca
Escorre pela face úmida
Cai em teus olhos negros
Mostra-me toda dúvida

Quem és tu, pequeno ser?
Carrego-te agora em meus braços
Alimenta-te em meus bicos rachados
Testando todo meu desembaraço...

Eu que tanto te quis
Mesmo antes de saber que existias
Agora que olhas para mim
Já não sei o que fazer de meus dias

O êxtase mistura-se ao medo
A insegurança invade meu ser
Valores que já não fazem sentido
Preciso apenas te proteger

Mas teus olhos negros
Insistem em me fitar, e mais
Eles procuram minha alma
Procuram meu olhar...

Meus seios doem e a dor
Eu não percebo porém
Vivo toda minha intimidade
Vivo em você – meu neném.