ORIGINÁRIO
As pálpebras descolando-se é a luz.
As lagrimas sob o engasgado grito-sopro, é a vida.
Hoje faz mais tempo que ontem fez
Eu quero saber quem é o homem
O que define o homem é a fábula
Animal comendo espelho
A força do dono da selva
A astúcia da graciosa raposa
O trabalho arrastado da chamada formiga
Quem é a menor parte?
Meu nome é fraqueza
Meu nome é força
O meu é elefante, e sou branco
Mas não tenho mérito por isso
Cometemos o maior dos erros
A união do ego
Efetividade fértil
Castidade desregrada
Mediocridade autoritária
Por essa união de massa, massacrada.
Meu pai reprodutor
Minha mãe escrava
Minha irmã Princesa
Eu
Vinde ao mundo só
Vinde ao pó
E depois o caminho
E depois o pó
O homem é o inventor de si mesmo
O invento quem o é?
Onde está à porta retrato
Hipócrita homem abastado
Quem constrói tem os seus braços
E ouros também
Lei sem lei, selva salva.
Cada lei com o seu animal
E animal por animal
Dente por dentada
Rasguei a minha foto no preto e branco
Sou um ser originário Pasmo
E por aqui deixo meu relato
Quem tem família
Que a carregue em seus braços
Eu já tenho muito
Os meus braços
Vinde ao mundo só
Vinde ao pó
E depois o caminho
E depois o pó
Umbigo.