Rasgando o vestido rosa de cetim.

Houve aquele tempo de cegueira

Em que eu só obedecia

Não ousei, não ultrapassei.

Nada fiz fora da tua lei

Em tuas normas me criei

Com suas regras eu cresci

Dentro das leis eu me mantive

Em troca, nenhum louro recebi.

Nem ao menos em pensamentos,

Eu conseguia me libertar.

Eram grilhões nas asas coladas,

E uma arma na língua afiada a me maltratar.

Hoje coloquei fogo nas amarras,

Me despi no meio da praça,

Zombei da desgraça, ganhei graça.

Tomei um porre e fui nadar no mar.

Me embriaguei de atitudes,

Comprei minhas escolhas com teu ouro,

Arrumei as malas com as minhas virtudes

E mudei o timbre para discursar.

Hoje provei que ser adulto

Não significa estar certo ou errado.

Mas significa tomar cada decisão

Sem ter medo do resultado.

Sem ter medo de errar.