Rebento

Esperado que era,

chegou quando não se esperava.

deu carreira a quem não tinha pressa

e festa no mês que passava.

Nem era o momento certo.

Mas certo é que ora veio,

surpresa de instantes ternos.

Ternura,

de olhos ávidos em ver o mundo.

Apele, herança clara denunciadora,

anuncia aos ventos o seu caminho.

A pequenez não diz direito

em quantos sentidos se manifesta,

mas denuncia o franzir da testa.

Cara de quem?

'Inda não tem.

Mas tem meu tudo, e mais o tudo

de quem gerou e, sobretudo,

ama de um jeito tão absurdo!

Rebento menino de feições doces

que doce alimento busca no peito.

O peito meu, agora é dele.

E desse aconchego quase não larga.

Se larga, volta em pouco tempo

e tempo não falta

a meu rebento.

Samuel Neri
Enviado por Samuel Neri em 23/08/2010
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