Rebento
Esperado que era,
chegou quando não se esperava.
deu carreira a quem não tinha pressa
e festa no mês que passava.
Nem era o momento certo.
Mas certo é que ora veio,
surpresa de instantes ternos.
Ternura,
de olhos ávidos em ver o mundo.
Apele, herança clara denunciadora,
anuncia aos ventos o seu caminho.
A pequenez não diz direito
em quantos sentidos se manifesta,
mas denuncia o franzir da testa.
Cara de quem?
'Inda não tem.
Mas tem meu tudo, e mais o tudo
de quem gerou e, sobretudo,
ama de um jeito tão absurdo!
Rebento menino de feições doces
que doce alimento busca no peito.
O peito meu, agora é dele.
E desse aconchego quase não larga.
Se larga, volta em pouco tempo
e tempo não falta
a meu rebento.