Minha querida mãe...
Hoje quando você estava
assistindo televisão,
de longe a observava
com profunda emoção.
E enquanto você assistia TV,
disfarçada,
eu observava você.
E o filme que vi
me emocionou
e ao passado me levou.
Eu me vi menina, pequenina,
e você lavando, passando
e a casa arrumando.
Vi você fazendo
aquele pão de casca grossa,
que toda criança gosta.
Vi você cuidando de mim,
com um cuidado sem fim.
Vi você me abraçando
e meus medos afugentando.
Vi você caminhando comigo
na minha adolescência,
e com toda paciência
ouvir minhas reclamações,
minhas crises de explosões,
sem entender o porquê
de meu mau humor com você.
Vi você me ouvir falar
de meu grande sonho,
com um olhar sempre risonho.
Vi você ao meu lado
quando me tornei mãe também,
sabendo que era a você
que ao meu lado queria
e a mais ninguém.
Vi você o tempo todo
me acompanhando
e me ajudando.
E no final do filme,
vi você ali à minha frente
sorrindo toda contente.
Fiquei olhando seu rosto
marcado pelas rugas do tempo,
seus cabelos ralos,
finos e grisalhos;
suas mãos enrugadas
e maltratadas,
seu jeito simples de olhar
e muito mais simples de falar,
e fiquei pensando:
“Quem sou eu pra merecer
uma mãe tão especial?”
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Devo-te minha vida,
ó minha mãe querida!
Do Livro: "Simplesmente Poemas" Pág. 57