O primeiro anjo
O céu se abriu naquele final de janeiro
E o meu primeiro rebento apareceu
Era o apogeu da minha juventude
Que em virtudes e vícios se mesclavam à revelia
Naquele belo dia em que o anjo chegou
Meu mundo se avivou
E o vigor do jovem que eu fora explodia
Uma imensa alegria
Uma euforia sem fim
Serafins e Querubins a trouxeram do céu
No véu que cobriria o dia primeiro
Do miúdo fevereiro que grande alma procria
Aquele que seria o meu dia
Fora antecedido por um presente
Fruto de amor ardente concebido no final de abril
Eis que tudo depois se extinguiu
Mas o ardil amor concretizado
Transformou-se em ser alado
Ao qual chamei de Primeiro Anjo.