O SÍTIO DA VOVÓ
Estamos a caminho do Parasío...!
Passam casas de várias formas e cores,
inflileiradas numa rua estreita e sem calçada.
Passam casas com janelas que dão pra rua,
sem muros nem jardins.
Esquecido num banco de madeira,
um pano estendido e um balde velho
repousam na soleira de uma porta.
Bem lá no fundo da cidade,
uma praça cercada de acácias e palmeiras;
por trás das árvores se vê a casa de número 58.
Na esquina da praça uma igreja branca.
Sentado no alto da torre
um galo de ferro finge cantar,
enquanto o relógio marca 10:30.
Os namorados passeiam... por cima,
os pássaros voam em bandos.
Admirados cruzamos a praça
pela rua principal e única da cidade,
ladeada por casas coloniais e olhos.
Entramos por uma estrada de terra
cruzando a antiga linha de trem...
Na chegada, todos queriam ver o jacaré
que negava sua existência no sítio.
As vacas gordas estavam cheias de leite morno
e o alface verdinho no almoço não tem química.
Conversas e risadas desconexas no alpendre
marcam o tempo e a saudade dos corações.
As brincadeiras são muitas e o dias curtos:
As bolinhas de sabão voam no céu azul,
comidinhas de mentira são servidas na grama,
e lá atrás: beijo, abraço e aperto de mãos!
Então, por fim, chega aquela hora dramática
de voltar às velhas regras da cidade
e todos dormem no carro, como se já fora noite!
Cansados, felizes... nem vêem a vovó acenando
da porteira do sítio: Adeus, até o ano que vem!!!!