Carta para meu pai
Querido pai, eu nunca te falei
Da grande dor que carreguei comigo,
Mas tudo que sempre desejei
Foi tê-lo por perto como “ grande amigo”
Incompreendida fui em minha infância
Quando chorava a dor que eu sentia
Dentro do peito a ânsia...
De quem queria amor...e não podia.
Ficava assim....sempre no meu canto
Sem poder falar o quê sentia ao certo
admirava todo seu encanto...
Querendo tê-lo sempre ali por perto.
Senti-me órfã, assim, por muitas vezes...
Alheia a tudo que acontecia...
Das injustiças que meus olhos viam...
e eu tão fraca, frágil...o quê fazer??
Se muitas vezes desejei morrer...
Para acabar todo meu sofrimento.
Perseguida fui, injustamente...
pois meu erro era o seu contentamento
Pensei que era coisa de minha mente...
Hoje vejo, é igual...para meu desalento!
Outra criança sofre hoje em dia
Brincadeiras que perturbam sua mente
Eu não sei se somos diferentes...
Sentimentais, sensíveis... eu só digo
Que eu sempre carreguei comigo
Um desejo enorme de ir embora
e saudades não senti lá fora...
Nem do senhor...nem do lar que tive!
Não sei de outrora, nem de hoje em dia
Qual era o tipo de amor que havia...
Se competiam em tudo a toda hora
Nem sei dizer se são felizes agora...
Só sei dizer que eu vivia triste!!
Talvez seja infantil tudo que digo
Por isso sempre eu guardei comigo...
Mas é apenas um desabafo....
Pois família é amarra de um grande laço!!
Amo vocês porquê me deram a vida
Tudo que eu sou...pela dor que eu sentia
Tudo que faço e penso hoje em dia
Pois sou aquilo que de mim fizeram...
Talvez não seja o quê vocês sonharam,
Sei que não fiz o quê vocês quiseram...
Meu pai resolvi escrever agora
Nem sei porquê me veio tudo a mente
A inspiração me veio de repente...
Como criança que ainda chora.
E eu chorei escrevendo estas linhas
Desabafando estas coisas tão minhas
Aliviando a “criança”, aqui dentro...
Falando coisas do meu pensamento!