Uma história ouvida numa viagem de trem
História deprimente,
Que faz parte da gente.
Vinda de duas senhoras,
Quando viajava de trem:
Um pai feliz, e sorridente,
Diz: venho passar uns dias
Com você e a nossa família.
A nora fazendo-se simplória,
Diz-lhe, incontinentemente:
Quantos dias serão agora?
Era um velho aposentado,
Com um velhaco ordenado,
Pago pelo desgastado estado.
O sogro ficou quase um trimestre.
E a nora para não mandá-lo embora
Deu-lhe o valor exato da sua viagem
Qual lhe serveria de plena passagem.
O neto notando, quis dar um palpite.
Porém, a mãe com seu dedo em riste
Diz-lhe: filho vê se aqui não se mete!
E o neto chorando; a porta lhe abriu.
E o velhote, cabisbaixo, dali se partiu
Após alguns dias, o garoto brincava
Com umas moedas e a mãe o flagrou.
Que valor tem aí, desaforado menino,
E esse dinheiro, onde é que arrumou?
Ele não titubeou e, à mãe retorquiu:
Que importância há na importância,
E numa quimera passagem de trem.
Mamãe; vai que o próprio destino
Faça comigo o que fez outrora...
Pois, aqui têm os mesmos vinténs
Também de um “velho-menino...”
Outros, que a mim me sobraram,
Presenteado pelo meu amado avô,
Que sutilmente daqui foi embora.
E para que lhe façam muito bem,
Porém, com dor, os dou à senhora
Para um dia tomar o mesmo trem.