Mãe
Mãe, minha e de mais quatro filhos,
teu nome ainda ecoa pela casa,
tua presença a emanar brilhos
e os olhos a varar a madrugada.
Os chinelos arrastam no assoalho,
é a mãe que vai medir a febre do menor.
E já sufoca o filho de tanto agasalho,
antes de saber se não é um caso pior.
Toda a noite, antes de no sono pegar,
sem fazer barulho, confere o ronco dos rebentos.
Cobre a mais velha que não gosta de se tapar
e reza sobre cada leito pedindo paz e alento.
Deita no travesseiro e não sossega a cabeça,
pensa na comida, no super, tanto compromisso.
Vencida pelo sono, a mãe é a mais pura beleza,
quando deixa de pensar naquilo, no outro e nisso.
O tempo de descanso é passageiro. Poucas horas.
O relógio desperta histérico e a rotina se inicia.
Café corrido, lanche na mochila, abraços sem demora.
A mãe sabe que o dia é mais um que principia
(marcinha)