à minha mãe
(antes de ler a poesia, cabe a explicação de que quando eu tinha aproximadamente seis anos de idade costumava ler um poema intitulado "Poema a mãe, a artista do amor! de Guiarone", e a cada vez que lia, chorava, e minha mãe ria e me beijava. Aproximadamente 20 anos depois eu a presenteei com a poesia abaixo. Espero que goste leitor!)
Você lembra quando eu era menino
e chorava ao ler uma poesia?
Você ria e achava desatino,
meu exagerado afeto de menino.
Porém, mesmo pequeno, eu já sabia,
que os versos do poema de outrora,
revelavam para mim uma profecia.
Aquele texto dizia de um futuro,
que viria para nós, sem mais demora.
O quadro ali descrito, bem me lembro,
retratava uma mãe, que então cansada,
como um anjo, dormia debruçada.
E o filho, que agora, homem maduro,
consciente dos cuidados que lhe teve,
até beijar-lhe a fronte não se atreve.
As lágrimas que me corriam de tristeza,
se transformam, hoje, em brados de alegria.
Pois, Deus na sua infinita sabedoria,
mostra a vida coroada de beleza.
Porque o amor que senti você plantar,
os cuidados todos, os carinhos teus,
em meu filho, tento agora semear,
e regá-lo com o exemplo que me deu.
E quando, hoje, não encontro a saída.
Quando tudo me parece sem sentido.
Mesmo acercado das agruras desta vida.
Quando sinto que não vou mais agüentar.
Fecho os olhos e volto a ser menino.
Lembro-me, então, da lição aprendida,
no “poema que me fez chorar”.