POESIA PERFEITA

Você deu vida ao verbo morto em m'alma

Você é a escrita em seu avesso

Não foi escrita a lápis

Sua tinta é definitiva

Por ter saído do meu sangue

Hoje vem escrevendo

A poesia perfeita

Por toda geografia

Do meu coração

Você está sendo publicada aos poucos

Em meu ser

Não é poesia fictícia

Que se escreve o segundo parágrafo

E no amanhã o substitui pelo quinto ou sétimo

Você é o único amor que entra na alma de uma mulher

Tornando-se insubstituível

Você é parágrafo único

Não há verbos a mais ou a menos

Está na medida correta do meu semblante

Você é a poesia que dorme comigo

Não somente nas madrugadas vazias

Por você ser um conjunto inteiro

Você é o sorriso que abraça as vírgulas

Dos meus textos inacabados

Você é a lágrima que chora para os pontos finais

Que dou em meus passos incertos

Você é a estrela cadente

Que perdi de olhar e fazer um pedido

Quando me fizeram crescer antes do tempo

Você é a música que tento agarrar a qualquer custo

Mas a perco quando ela é cantada em meus ouvidos

Você é a beleza do meu violino

A meia luz da aurora quando não é tocado

Você é o picadeiro que rodeia minha alegria

Nos finais de tarde

Ao abraçar o por do sol

Você é a divisão sem sobra

A língua portuguesa sem erros

A geografia sem desvio

A história real

Não a suposição

A química eterna

Você é meio, começo e final

Por bastar de si mesma

Você é o muro de arrimo

Que esqueci de planejar

Em minha juventude

Você é a peça principal do meu quebra cabeça

Que o mundo me deu de presente para montar

Até o último dia de minha existência

Você será o rosto da minha sabedoria

Quando o meu oxigênio estiver

Por um fio

A se despedir da minha predestinação

Cumprida em terra firme

Você é aquela que veio sem me avisar

Avisando que a vida é sem avisos

Você é a minha POESIA PERFEITA

***Mamãe - 16/01/2010***

Fany Caruso
Enviado por Fany Caruso em 17/03/2010
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