Pai para o filho

Como falar de você
Deste seu jeito de Ser
Calado, de poucos amigos.
Que não me abraça nem chama de pai
Se sempre fui de poucas palavras
E te fiz assim.

Como exigir outros modos?
Como lhe pedir mil beijos
Se nunca percebi os seus desejos
Com indiferença vivi os seus momentos
Participei quase nada de seus sentimentos
Como posso dizer que pra mim não há tempo!
Se não tive o mesmo pra você?

Você sempre fala pouco comigo
Sinto uma distancia entre nós
Mas não posso levantar minha voz
Pois se é assim, foi porque te fiz assim.

Hoje falo pra você meu filho
Não posso te exigir ou te questionar
Não fiz a lição de casa como devia
Agora tenho apenas que me perdoar
Do que deixei para trás e não vivi

Mas! Sem querer justificar sei que vai entender
Às vezes certas verdades precisa dizer
Ninguém pode dar aquilo que não tem
Se não te dei foi porque faltou a mim também.

A vida sempre está a nos ensinar
E aos poucos vamos aprendendo
Mesmo que à custa de sofrimento
Estas são palavras que lhe posso deixar

Te amei, te amo e sempre te amarei
Mesmo que tais palavras da boca não saem
Basta olhar dentro de meus olhos
Que neles vai te encontrar.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 03/08/2006
Código do texto: T208492