A menina de pouco tamanho

Contos, causos, histórias

Contadas no estalar de dedos

Reabrem um baú de sonhos

Param olhos por segredos

Uma menina, de pouco tamanho

Na escola, pomposa no ditado

Ao ser escolhida fazia pose

E falava bem pausado

Criança água-de-coco

Apelido bem lembrado

Hora da saída, carreira da briga

Seus irmãos tinham faltado

Dignidade, honestidade

A pobreza não pôde tirar

Na escola e em sua vida

Aprendera a lecionar

Ela e os irmãos, União

O Pai trabalhava no roçado

E a Matriarca de dez

Muito suor derramado

Comida nem sempre tinha

Daqui ou dali, dava-se jeito

Naquela época remota

Nunca faltara o respeito

A história dos dez não cabe

Em nenhuma poesia

Mas deixo nesses versos

Minha admiração pela valentia

Da menina que até hoje

Apresenta de grande valia

A família como amuleto

E o amor sua moradia