MOÇA DA ROÇA
Destituida de vaidades, bonita até na essência,
Graciosa, não tendo cuidados para não se ferir,
Por pisar na terra onde os espinhos são doloridos,
E para aliviar as dores usa os remédios caseiros,
Que a mãe prestimosa conhece todos os segredos,
Logo notando sorrisos substituindo os gemidos,
Tão dolorosos pois a pele macia sofreu agressões.
É assim a moça da roça tão genuina e formosa,
Sabe que tem belezas com a natural timidez,
Que lhe dá uma graça como a natureza onde vive,
Onde tudo é belo pois está cercada de flores,
E sua beleza se realça diante de lindos cenários,
Não precisando de artificios para realçar seus encantos,
Apenas o roçar de um baton em seus lábios carnudos.
Quando se enfeita para as festas do povoado,
Com o vestido de chita todo enfeitado de flores,
De saia rodada para realçar a cintura tão fina,
Surge daí a caipirinha toda linda e formosa,
Chapéu de palha e trança nos cabelos cheirosos,
E flor de laranjeira para realçar seu visual gracioso,
Despertando suspiros nos rapazes que lhe fitam.
Conhece o amor com aspirações tão sublimes,
Não tem malícias para desvirtuar suas intenções,
Pois ainda sonha com seu príncipe encantado,
Mesmo de pés descalços e com calos nas mãos,
E seus sonhos são um lar para ter lindos filhos,
Gerados após torpor de mentes no tocar de corpos,
Num aprendizado ainda conservando purezas.
25-11-2009