VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (História Real)
Teve um pai desequilibrado
Que lhe dava surra sem preguiça
A mãe e o filho apanhavam tanto
Que de medo ela ficava omissa
Quando os dois apanhavam
Eram expulsos para qualquer canto
Sempre fugiam e dormiam no mato
Com os corpos doídos caíam em pranto
Ficavam dias e noites no matagal
Passando fome, angústia e frio
Esta história foi muito longe
Por longos e longos anos a fio
Ao lavarem seus corpos
Sentiam dor até nos ossos
Os vergões eram imensos
Suas vidas eram só destroços
Só sol e água impura
Era o que tinha para passar
A dor era terrível
Que quase chegavam a desmaiar
Mal curavam aquelas feridas
E começava um novo açoite
Aquela cabeça era dum homicida
Pensando maldade dentro da noite
Não agüentando ele deu um basta
E o filho pelo braço ela arrasta
Judiada, sofrida e gasta
Fugiu pros confins, para a quiçaça
Dizem que ela nunca voltou
Pegou um trem e foi para Curitiba
Levou consigo um saco e uma mala
E finalmente foi cuidar da vida