Para um filho

Quando achares os poemas que escrevi,

acha-me neles.

Le-os atentamente e sem ninguém por perto

porque só assim terás minhas multidões

e o meu melhor olhar de afeto,

justamente o que te fez.

Achei-te meio a forte amor

quando não me havia qualquer dor

e tua mãe e eu nos amávamos.

És o filho da esperança,

o que hora é triste, noutra hora manso

até livrar-se das asas e cair no chão.

Quando me achardes não te será tarde

porque em todo instante que estou só eu te acho

e sei que és para mim um amor guardado.