O (ch)amado de um anjinho

.

Ele chegou, pequenino,

medroso, arisco.

De olhos azuis e pelo macio;

eu tinha um ursinho, em tamanho mínimo.

Mesmo ingênuo, fez charminho,

demorou a se entregar a um doce carinho.

Ah, animal tem personalidade,

e você, Sushí, cabra com individualidade,

soube ter seu espaço, sem urdir a falsidade.

Cresceu,

e não perdeu a marra.

Mas, sabia saltitar pelas escadas,

pular de lado -na arrancada;

Sushí soube ser um acrobata

nos nossos corações,

- desenhou: AMOR, num gesto mudo do olhar,

FIDELIDADE, por sempre da casa cuidar,

SAUDADE,

por -hoje- à esta, não poder mais tornar.

Sua vida foi-se num breve suspiro,

e lá ele há, de melhor caminhar.

Ah,

bem-aventurados os que moram na cidade de ouro,

pois, estes,

terão a um tesouro.

Sushí, que Deus te conceda neste ótimo lugar,

digno da singeleza do seu calar

e da sua vida fartar.

Que você brote a certeza de que aprendeu a amar,

que seja amado.

E torça por essa menina -que nunca te soube babar,

mas que te amará para sempre, e nunca te esquecerá.

A Sushí, meu eterno sapequinha.

Nathanaela Honório
Enviado por Nathanaela Honório em 30/09/2009
Reeditado em 30/09/2009
Código do texto: T1839791
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