O (ch)amado de um anjinho
.
Ele chegou, pequenino,
medroso, arisco.
De olhos azuis e pelo macio;
eu tinha um ursinho, em tamanho mínimo.
Mesmo ingênuo, fez charminho,
demorou a se entregar a um doce carinho.
Ah, animal tem personalidade,
e você, Sushí, cabra com individualidade,
soube ter seu espaço, sem urdir a falsidade.
Cresceu,
e não perdeu a marra.
Mas, sabia saltitar pelas escadas,
pular de lado -na arrancada;
Sushí soube ser um acrobata
nos nossos corações,
- desenhou: AMOR, num gesto mudo do olhar,
FIDELIDADE, por sempre da casa cuidar,
SAUDADE,
por -hoje- à esta, não poder mais tornar.
Sua vida foi-se num breve suspiro,
e lá ele há, de melhor caminhar.
Ah,
bem-aventurados os que moram na cidade de ouro,
pois, estes,
terão a um tesouro.
Sushí, que Deus te conceda neste ótimo lugar,
digno da singeleza do seu calar
e da sua vida fartar.
Que você brote a certeza de que aprendeu a amar,
que seja amado.
E torça por essa menina -que nunca te soube babar,
mas que te amará para sempre, e nunca te esquecerá.
A Sushí, meu eterno sapequinha.