Bolas de sabão
Bolas de sabão
Sinto um aperto nos dedos, e uma angustia no peito, sinto vontade de chorar.
Sinto que não tem como voltar aonde era cedo, sinto que irei mergulhar...
Nessa imensidão chamado medo, nesse abismo onde não queria estar,
onde a sorte fala mais alto que o desejo, onde não consigo mais lhe apalpar.
Sinto que a vida já não é mais a mesma, sinto que apenas uma coisa ficou,
E essa coisa é forte o bastante, para me levar além do pouco que sou.
Sinto que ainda há forças e estranhos sentimentos onde nem mais ia procurar,
Sinto bater forte dentro da minha mente uma vontade de falar, de gritar.
E sinto que conseguirei aliviar meu pensamento se comigo conversar.
E colocar para fora tudo oque há por dentro, para assim me recriar.
Pois não quero cair no relento, não quero deixar meus sonhos serem ilusão
Como a criança que assopra ao alto as lindas formas que são bolas de sabão.
E sei que o inverno vem rápido por isso quero curtir o verão;
E sei que tudo que pensei pode ser verdade ou pode ser imaginação.
E como se faz uma casa, vou fazer fundação e vou essa obra iniciar.
Pois aprendi muitos com suas mãos que me ensinaram a andar.
E como uma folha que o vento leva e que não volta mais,
Quero cada dia dessa vida, correr atrás do tempo que vem de mim, atrás.
E reviver momentos que nem vivemos e cantar canções que ainda não há,
pois há mais coisas sobre o céu e nós que possamos imaginar.
Por isso acredito que tudo seja feito por pura diversão,
Até mesmo a dor, essa insana sensação.
Pois e através dela que a vida vem se renovar
E por ela vamos renascer! Onde? Será?
E deixa eu parar por aqui, meus dedos estão melhores mas minha mente não.
Pensar em tudo isso dá sono, fome, angustia e solidão.
Mas pensando em tudo isso sei que irei em profunda paz me deitar,
Porque acredito que amanhã cedo será mais um dia para viver, pensar e lhe aproveitar...
Para Meu pai, Roque Vieira de Camargo, construiu muitas casas e silenciosamente construiu sonhos,acreditando em mim. 28/08/2009