Mães do Tráfico
"Não há medo em vão!"
Bem alto ela gritava
Tremia de medo no chão
E ali ela se acabava
O medo em seu coração
Rancava como se enxada
A fé que outrora eu, então,
Dei fé que era inacabada
E a poeira deste sertão
Cada vez mais lhe sufocava
O medo, o segredo, o perdão
O todo, o pouco, o nada
"Não há medo em vão!",
Ela insistia e chorava
E o medo no teu corção
Era o filho em vida errada
Os dias lhe eram punição
E o sol já não mais brilhava
O filho, perdido, então
À mãe, fez-se vida roubada.