FARRAPA ATREVIDA
Jamais gostei de garapa
como minha cara estampa.
Sou descendente farrapa
criada dentro do pampa.
Meu pai, homem de coragem
foi quem sempre me deu alento.
Prender-me era bobagem
Pois, sou livre... Igual ao vento!
E se ele não poupou varas
no educar que achava certo,
foi com essas lições caras
que conquistei olhar esperto.
Mas, sonhando em céu aberto,
mesmo chorando sozinha,
buscava o espaço liberto
pra alcançar o que não tinha.
Hoje, muito agradecido
é meu cérebro cigano
ao tipo de amor dorido
que sei, não era seu plano.
O que fez não foi perdido,
pois sei quanto foi humano
cada gesto cometido.
E o laço não me fez dano.
Mas, me deu um jeito atrevido,
de português com germano,
que pra mudar eu duvido...