Ao menino que comia velas
Rezando o terço para a minha santinha
e olhando a transparência da luz na vela verde,
me vem a imagem dos meninos...
a comerem a parafina da vela
e deixando só o pavio!
Os meninos que se exibiam
com as camisas estampadas feitas
na máquina de costura da mamãe,
que queriam usar a botinha do rambo,
e se não dá a bota
que vá a fitinha vermelha mesmo!
Ei menino,
agarra os balões das tuas peraltices
e vá passear no parque.
Não deixe as gotas caírem da colher,
mas também não deixe de apreciar
os presentes da vida que se oferecem.
Aguce os sentidos: olhos contemplativos,
ouvidos atentos, narinas bem abertas...
Sinta a vida
e trate de produzir serotonina!