Ao menino que comia velas

Rezando o terço para a minha santinha

e olhando a transparência da luz na vela verde,

me vem a imagem dos meninos...

a comerem a parafina da vela

e deixando só o pavio!

Os meninos que se exibiam

com as camisas estampadas feitas

na máquina de costura da mamãe,

que queriam usar a botinha do rambo,

e se não dá a bota

que vá a fitinha vermelha mesmo!

Ei menino,

agarra os balões das tuas peraltices

e vá passear no parque.

Não deixe as gotas caírem da colher,

mas também não deixe de apreciar

os presentes da vida que se oferecem.

Aguce os sentidos: olhos contemplativos,

ouvidos atentos, narinas bem abertas...

Sinta a vida

e trate de produzir serotonina!

Lígia Martins
Enviado por Lígia Martins em 25/05/2009
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