Gangorra
Continuo a viver na mesma casa onde eu nasci,
no velho quarto onde dormi,
no mesmo ar onde chorei.
Ainda caço o colo afagador de minha mãe
quando o mundo me agride
e os olhares tristes me sufocam.
Nunca mais voltei para Passárgada,
perdi a amizade do rei
mas fui à luta.
Quando eu choro, volta tudo.
Sinto-me na mesma casa,
imploro pelo mesmo colo,
sinto-me o mesmo menino de ontem,
e o imenso sonhador de sempre.