A ARROGÂNCIA DO FILHO E O SILÊNCIO DA MÂE

Mãe,

Depois que cresci e me fiz homem

Jamais te busquei pra compartilhar das minhas alegrias.

Logo você que me ama com idolatria,

Que um dia num ato de prazer e amor,

Depois num gesto de dor,

Chorou, gritou, sofreu, deu-me a luz,

Agradeceu a Jesus por minha vinda,

Me pôs no colo do seu jeito,

Alimentou-me no peito,

Quer cuidar de mim ainda.

Não entende que sou rico e importante,

Fiquei avarento e arrogante

Não tenho tempo pra você,

Lembro-me das poucas visitas que lhe fiz,

Quanto tempo eu perdi

E foram apenas monólogos,

Em seguida um até logo,

Mesmo assim encheu-me a paciência,

Reclamando da minha ausência,

Sempre o mesmo papo furado,

Querendo dá-me um abraço,

Chamando-me de filhinho,

Eu saindo de fininho

Pra você não perceber.

Quando é que você vai entender

Que fiquei rico e importante,

Tenho dinheiro, amigos, mulheres e amantes,

Não posso perder tempo com você.

Mas, os anos passaram,

Fiquei velho, doente, prostrado e rejeitado

Sentindo a morte chegando voraz,

Tudo que conquistei vão ficando para traz,

Meus bens materiais que tanto amei irão se dividir,

Pessoas que não conheci irão usufruir

E ainda irão ri da minha estupidez,

Por que trabalhei tanto e nunca aproveitei,

Parentes que me amavam e não ajudei,

Noutra vida Deus não permitirá a eles o mesmo apego,

Para que eu sinta e sofra a dor do desprezo

Da família que tanto me amou e eu desprezei.

Jose Augusto Cavalcante
Enviado por Jose Augusto Cavalcante em 06/05/2009
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