Adolesempre
Filho, o que trazes na alma,
Que segredo o torna distante?
Queres resolver tudo no instante,
Ou aprender a viver?
Neste teu mundo obscuro
Que te tortura e maltrata
Em medo crescente se perde,
Num labirinto infindo.
Filho, eu, adulto incompreensivo.
Agarro com força a experiência
Sou filho órfão da inexperiência.
Grito aos quatro cantos da casa
Meus acertos, e conquistas.
Por que não dizer a perfeição?
Sabe, minha criança amada e crescida,
Hoje, minha consciência bateu à porta.
Experiência, vivência, conquistas.
Deixarei tudo ao acaso
Preciso ouvir o teu lado
E aprender com você.
Leve-me ao teu mundo,
Teus sonhos,
Que a mim ficaram distantes.
Ajude-me a reviver este tempo
Que eu esqueci
Mas que certamente nele já vivi.
Mostre-me os teus medos
Teus projetos, sonhos, desejos e anseios.
Os enganos, pois fracassos não existem,
Teus poucos acertos, porque a perfeição é Divina.
Ajude-me a misturar nossos mundos
Vamos somar, conhecimento, amor e humildade.
Não sei o que será de você,
Mas, certamente me ajudará a crescer.
Filho meu, quem sabe eu, amanhã, velhinho,
Conversaremos você, eu e meus netinhos.
Numa prosa amistosa, talvez
Os nossos mundos se entrosam.
Mergulharemos em nossas almas,
Buscaremos lá no fundo,
O mais profundo
A arte do bem viver.
Eu! Aprendendo nos meus derradeiros dias,
Quem diria! Seria meu amadurecimento
Quem sabe o alento,
Até quando Ele me chamar.
TONHO TAVARES.