Ouço-os saltar da cama, mal despertos,
E vir correndo pelo corredor...
Pezinhos leves, pétalas de flor,
Passinhos breves, breves, ainda incertos.

E logo dois bracitos muito abertos,
A rescender de matinal frescor,
Alados mimos de sublime amor,
Fazem-me abrir os olhos já despertos...

Mas logo os fecho, para que me embale,
Em doce melodia divinal,
Vozinha de anjo a murmurar "papai"...

E num momento eu vejo claramente
E ouço e sinto, em intuição silente,
Porque quer Deus que lhe chamemos Pai!